O Cabelo de Lelê
O livro O Cabelo de Lelê é um livro infantil, escrito por Valéria Belém e ilustrado por Adriana Mendonça, foi publicado em 2019. Ao abordar de forma lúdica e sensível a questão da identidade e do cabelo crespo, o livro é fundamental para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental.
DE 6 A 8 ANOS


O livro O Cabelo de Lelê é um livro infantil, escrito por Valéria Belém e ilustrado por Adriana Mendonça, foi publicado em 2019. Ao abordar de forma lúdica e sensível a questão da identidade e do cabelo crespo, o livro é fundamental para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental. Este livro é de importante contribuição para a construção de uma educação mais inclusiva, ajudando a combater preconceitos e a valorizar as diferentes características e culturas presentes na sociedade brasileira. pois promove o respeito à diversidade e ao empoderamento de crianças negras. Além disso, esta obra se alinha com a Lei nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.
Importância do reconhecimento da Ancestralidade
O acesso à ancestralidade é essencial para a construção da identidade das crianças, pois permite que elas compreendam sua história, valorizem suas origens e fortaleçam sua autoestima. Ao conhecer suas raízes, as crianças negras, em especial, podem se reconhecer em narrativas positivas, superando estereótipos e preconceitos que ainda existem na sociedade. O livro O cabelo de Lelê, de Valéria Belém, ilustra esse processo ao mostrar como a personagem principal aprende a amar sua aparência ao descobrir mais sobre suas origens africanas. Dessa forma, a valorização da ancestralidade promove o respeito à diversidade e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
As múltiplas narrativas
A história ensinada tradicionalmente costuma enfatizar a chegada dos africanos ao Brasil apenas sob o prisma da escravidão, mas essa não é a única narrativa possível. No ensaio “O perigo de uma história única", a escritora Chimamanda Ngozi Adichie alerta para os riscos de contar apenas uma versão dos fatos, pois isso cria estereótipos e reduz a complexidade das culturas e histórias dos povos. Assim, é fundamental trazer à tona as múltiplas narrativas sobre a África, garantindo uma visão mais ampla e verdadeira sobre sua grandiosidade e diversidade. Antes da colonização europeia, a África já abrigava grandes civilizações e reinos poderosos, como o Império Mali, governado pelo lendário Mansa Musa, considerado um dos homens mais ricos da história. Essas histórias demonstram que os povos africanos possuíam sociedades organizadas, tecnologia, comércio e produção cultural sofisticada muito antes do tráfico transatlântico de escravizados.
O papel da Escola
A escola tem uma importância fundamental na abordagem da ancestralidade africana, garantindo que a diversidade cultural seja respeitada e valorizada no currículo escolar. Disciplinas como História e Geografia contribuem para ampliar o conhecimento sobre as civilizações africanas, enquanto a Língua Portuguesa permite a exploração de obras literárias que trazem representatividade e identidade para as crianças negras. O cabelo de Lelê, por exemplo, é um livro essencial nesse processo, pois trabalha a valorização da identidade afro-brasileira através da literatura, permitindo que os alunos reflitam sobre a construção da autoimagem e do pertencimento cultural. Assim, ao integrar essa temática de forma transversal no ensino, a escola se torna um espaço de aprendizado crítico e de fortalecimento da identidade de todos os estudantes.

